quinta-feira, 24 de junho de 2010

Governo Lula segue bem avaliado na maioria das áreas pesquisadas pela CNI/Ibope

Além de revelar que a aprovação do governo Lula continua no nível recorde de 75% e que a aprovação pessoal do presidente Lula atinge a expressiva marca dos 85%, a mais recente pesquisa CNI/Ibope trouxe informações importantes sobre a avaliação dos eleitores a respeito das principais áreas temáticas do governo federal. Neste sentido, das nove áreas pesquisadas pelo Ibope (combate à fome/pobreza; combate ao desemprego; combate à inflação; educação; meio ambiente; taxa de juros; saúde; segurança pública e impostos), a aprovação do governo Lula foi superior à desaprovação em cinco delas, ficando empatada em uma e menor em três.

A área mais bem avaliada, neste sentido, é a de combate à fome e à pobreza, na qual 67% dos entrevistados pela pesquisa CNI/Ibope declararam aprovar a atuação do governo nesta área, ao passo que apenas 30% declararam desaprovar. Em seguida, tem destaque a avaliação do governo Lula no que se refere ao combate ao desemprego: neste item, uma expressiva parcela de 62% dos entrevistados declararam aprovar a forma com a qual o governo Lula vem desenvolvendo políticas públicas nesta área, enquanto 35% declaram não aprovar. No campo atuação do governo na área do meio ambiente, 57% dos entrevistados declaram aprovar o governo Lula, enquanto 36% não aprovam.

De igual maneira, 57% dos entrevistados afirmaram aprovar a atuação do governo Lula no que se refere ao combate à inflação, frente a 36% que desaprovam. Na educação, a avaliação do governo Lula também é positiva, haja vista que 56% dos entrevistados pela CNI/Ibope afirmaram que aprovam a atuação do governo Lula nesta área, contra 41% que desaprovam. Com relação à atuação do governo Lula em relação à taxa de juros, 45% dos entrevistados afirmaram que aprovam, mesmo patamar dos que declararam não aprovar as medidas tomadas pelo governo na área.

Áreas mal avaliadas são problemáticas desde 2002
Por outro lado, em apenas três áreas pesquisadas pelo Ibope, o percentual de desaprovação do governo Lula é superior ao percentual de aprovação. O destaque fica, neste sentido, para a área de segurança pública, onde 55% dos entrevistados afirmaram que desaprovam a atuação do governo Lula, ao passo que 41% declararam aprovar. É interessante destacar que esta área tem sido mal avaliada pelos brasileiros desde o governo FHC. Para se ter uma idéia, na pesquisa CNI/Ibope feita em junho de 2002, quando Fernando Henrique Cardoso ainda era presidente, 54% dos entrevistados naquela época afirmaram que a segurança pública piorou no país, enquanto 24% tinham dito que melhorou e 18% que ficou igual.

Na área da saúde podemos constatar esse mesmo movimento: no recente levantamento, divulgado na quarta-feira, 53% dos entrevistados afirmaram que desaprovam a atuação do governo Lula na área, contra 44% que aprovam. Se compararmos esse quadro com aquele averiguado em junho de 2002, quando o atual candidato José Serra era ministro da Saúde, do governo FHC, perceberemos que não houve alteração: naquele levantamento CNI/Ibope apenas 45% dos entrevistados afirmaram que a saúde melhorou no Brasil. Ou seja, Serra se gaba de ter sido um excelente ministro da Saúde, mas a verdade é que no período em que ele esteve à frente do ministério, uma expressiva parcela de brasileiros também criticava a atuação do governo na Saúde.

Outro dado interessante que vale a pena ser analisado: se visualizarmos o corte regional da pesquisa CNI/Ibope divulgada na quarta-feira, 23, perceberemos que a desaprovação da atuação do governo Lula na saúde é superior à aprovação apenas na região Sudeste, onde 63% dos entrevistados afirmam desaprovar e 34% afirmam aprovar. E o que tem isso a ver? Ora, dos quatro estados que compõem a região Sudeste, os dois maiores (São Paulo e Minas Gerais) são governados pelo PSDB, sendo que até março deste ano o próprio Serra governava São Paulo e, segundo dados do DataSUS, esses dois estados não vêm cumprindo a meta mínima de 12% dos recursos aplicados em saúde pública.

Isso permite constatar que a avaliação negativa da saúde no Brasil é explicada, em parte, pela avaliação ruim da atuação dos governos estaduais nessa área, especialmente, como dito, na região onde o PSDB governa os dois maiores estados. Não é exagero afirmar isto, uma vez que os estados são responsáveis pela aplicação das verbas do SUS, sendo que esse mesmo raciocínio vale para a área da segurança pública, que, constitucionalmente, é atribuição dos Estados e não propriamente do governo federal. A idéia de que uma parte da má avaliação na área da saúde decorre de fatores dos estados fica ainda mais plausível se levarmos em conta que no Norte/Centro-Oeste, Nordeste e Sul o percentual de aprovação da saúde é maior que o de desaprovação, segundo os dados do Ibope.

Outro detalhe que deve ser salientado: em um levantamento feito pelo Ibope em agosto de 2002, o instituto revelou que, para os eleitores, os três principais problemas do Brasil naquele momento eram: o desemprego (69%), a segurança pública (42%) e a Saúde (38%). Logo, percebemos que não adianta Serra dizer, como tem feito na TV e em suas entrevistas, que a saúde e a segurança pública pioraram no Brasil, pois eram áreas sensíveis também no governo FHC, do qual foi ministro da Saúde a maior parte do tempo. Por fim, voltando à pesquisa CNI/Ibope desta semana, no que se refere à atuação do governo Lula em relação aos impostos, 52% dos entrevistados desaprovam, ao passo que 41% aprovam.

Percebe-se, dessa maneira, que de um modo geral o resultado da pesquisa é muito favorável, pois mostra que em cinco das nove áreas pesquisadas a avaliação positiva do governo Lula é bem superior à avaliação negativa. Além disso, nas áreas onde a avaliação negativa predomina, os problemas são de longa data e, como dito anteriormente, sofrem influência das políticas dos governos estaduais, haja vista que das três áreas nesta situação, duas são de responsabilidade do governo do Estado. Assim, não adianta a oposição querer usar estas áreas para criticar o governo Lula, como tem feito, uma vez que quando o PSDB esteve no governo estas também foram áreas críticas, conforme revelam levantamentos anteriores.

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